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A Fé - Comércio

Não é de agora que assistimos estarrecidos a crise moral e ética pelo qual o nosso país está a atravessar. Aliás, o Brasil desde o seu processo de colonização tem sido berço para o enriquecimento ilícito de uns poucos às custas da exploração de uma população mal instruída e desinformada. Parece que temos um câncer incurável que se retroalimenta de geração em geração perpetuando-se em nossa sociedade e nos centros dos poderes.

Agora, em tempos de Pandemia onde buscamos o conforto da fé, da palavra de Deus que a nós conforta pelos líderes religiosos de nossas crenças nos deparamos com a sordidez, com a ganância desmedida e com o cinismo daqueles que usam os ensinamentos de Deus para auferir ganhos em prol de si mesmos. Já não basta convivermos com a corrupção desmedida dos que estão à frente dos poderes, dos que burlam as leis e a justiça por interesses ocultos e obscuros, dos que governam com o único intuito de enriquecerem deixando o povo a própria sorte, assistimos os desvios de dinheiro para a construção de um templo católico por um padre que desfrutava da total confiança dos seus fiéis; na outra ponta, vemos perplexos uma pastora evangélica ser a mandante do assassinato do próprio marido (antes seu filho adotivo e marido de uma de suas filhas) com a justificativa que a separação ofendia a Deus e o motivo - dinheiro, gerir os recursos patrimoniais da família. Dois escândalos que chocam a sociedade já tão descrente da ética e da moral em nosso país.

O melhor é dialogar direto com Deus, sem intermediários, e fazer as ações de caridade diretamente a quem precisa. O pastor, o padre, o médium, o pai/mãe de santo, o rabino e outros e outros, antes de serem líderes religiosos são seres tão humanos quanto nós, e por serem humanos estão sujeitos ao bem e ao mal. Infelizmente, alguns se blindam sob o manto sagrado da religião para praticarem suas iniquidades e usam a fé para surrupiarem as pessoas.

A Fé mercantilizada sempre me chocou, indepedente de credo, percebo o uso da fé para expansão de ganhos financeiros, construção de templos, luxos... tudo o que Jesus criticou e em seu nome percebemos o comércio instaurado e quanto desses lucros é revertido para a população carente faminta de fome, moradia, trabalho e saúde? Um padre gastar 6 milhões de reais na compra de um sino? Quantas 'bocas' poderiam ser alimentadas com 6 milhões de reais? Quantos respiradores poderiam ser adquiridos? Quantas crianças poderiam ter saciado a sua fome? Já a pastora, deputada federal, adotando crianças para fazer marketing para seus fiéis, mas a verdade é que os adotados tinham tratamentos diferenciados - para uns o melhor, para outros o básico. É isso mesmo?! Uns podem ter uma alimentação mais completa, outros apenas o mínimo? Para que assassinar o marido? A vida não vale nada? Pessoas inescrupulosas apropriando-se da fé e fazendo dela fonte de renda.

Lógico que essas pessoas não representam o todo. Porém, nos causa espanto a facilidade que elas têm de fazer da fé um negócio rentável e ninguém fiscaliza para onde realmente o dinheiro doado pelos fiéis está indo ou está sendo aplicado. Esses seres abjetos não representam a religião que abraçaram, ao contrário, se aproveitaram da religião para ter/manter uma vida de privilégios.

Uns discordam, mas para mim deveria ser cobrado tributos das instituições religiosas já que transformaram-se em verdadeiras empresas e oferecem diversos produtos aos fiéis. E também seria mais fácil a fiscalização do capital recebido. Talvez, talvez antes de por a mão no alheio pensassem duas vezes. Fica aqui o registro de minha indignação.

Alvaniza Macedo
26/08/2020










 
Alvaniza Macedo
Enviado por Alvaniza Macedo em 26/08/2020
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